quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Um futuro para o Cerrado

Principal fronteira onde avança a agropecuária desde os anos 1960, o Cerrado tem poucas chances de seguir existindo nas próximas décadas sem ações emergenciais que ampliem sua área protegida e que levem à adoção em larga escala de práticas produtivas menos danosas ao meio ambiente. 

Consolidar as áreas já protegidas é fundamental, inclusive porque menos de 3% do Cerrado estão hoje efetivamente resguardados pelo poder público. A última unidade de conservação federal criada na região foi a Reserva Extrativista da Chapada Limpa (MA), em 2007. Novas metas internacionais chanceladas pelo Brasil recomendam a conservação de pelo menos 17% de cada bioma, até 2020.


Enquanto isso, projeções mostram que a área plantada com soja pode saltar de 21 para 30 milhões de hectares na próxima década, sempre com foco nas “terras baratas” do Cerrado. E o alvo pode ser justamente os maiores remanescentes da savana brasileira, no Maranhão, Piauí e Tocantins. Além disso, a demanda interna e global por carnes cresce junto com as necessárias melhorias socioeconômicas.

Como soja e pecuária são os principais motores da destruição do Cerrado, respeitar a legislação e melhorar a eficiência da produção são atitudes indispensáveis. A integração de lavouras, pecuária e florestas plantadas, por exemplo, ajudaria a evitar a abertura e novas áreas e seria um sinal de que o país realmente quer fornecer itens produzidos com mais sustentabilidade aos mercados globalizados de commodities. 

Afinal, se antecipar a possíveis barreiras comerciais é sempre estratégico. Inclusive porque mais de 40% dos grãos, metade do farelo e um terço do óleo de soja produzidos no Brasil são exportados. Sete em cada dez países do mundo já compraram esses itens na última década.

Estimativas oficiais apontam que até 140 milhões de hectares degradados no país, principalmente no Cerrado e na transição deste para a Amazônia. 

A área é duas vezes maior que a da França. Na maioria dos casos, são terras que foram desmatadas para lavouras e acabaram abandonadas pela baixa produtividade. Em seguida, viraram pastos para rebanhos até o solo se tornar imprestável economicamente pela falta de manejo adequado.

Tornar essa imensidão de terras novamente produtivas ajudaria no combate ao aquecimento do planeta, aliviaria a pressão para o desmatamento de florestas nativas e serviria à produção de commodities e alimentos.

Outra preocupação recai sobre as mudanças na legislação florestal brasileira. A destruição do Cerrado já pesa tanto quanto a da Amazônia nas emissões nacionais de gases de efeito estufa. E o bioma pode ser um dos maiores prejudicados com as mudanças que setores atrasados do ruralismo tentam impor ao Código Florestal, como admitiu o Ministério do Meio Ambiente. 

Se a margem para desmatamento for ampliada, a caixa d´água do país ficará seriamente comprometida. No Cerrado nascem águas que abastecem aqüíferos subterrâneos e as bacias hidrográficas Amazônica, do Tocantins, do Atlântico Norte/Nordeste, do São Francisco, do Atlântico Leste e do Paraná/Paraguai. Dessa última depende a sobrevivência do Pantanal, a maior planície inundável do planeta.

Além de insumo econômico, a água que escorre por rios, córregos e veredas de beleza incomum alimenta culturas regionais muitas vezes fundadas no extrativismo sustentável, uma atividade que perpetua e valoriza a vegetação e outros recursos nativos pelas mãos de valorosos e inúmeros povos tradicionais do Cerrado.

Os índices atuais de degradação e planos desenvolvimentistas carentes de sustentabilidade ambiental projetam um futuro nada animador para um bioma que já perdeu metade da vegetação nativa, ainda não é reconhecido como patrimônio nacional pela Constituição e que sofre desnecessariamente com incêndios e queimadas cada vez mais intensos. 

Mas com majestosa resistência, o Cerrado ainda segue encantando quem se atreve a conhecer esse abrigo de vida e de paisagens únicas no mundo. Manter esse patrimônio inigualável é o desafio que se impõe ao Brasil.


Michael Becker, superintendente de Conservação do WWF-Brasil, em artigo veiculado no dia 23.09.2012 no jornal Correio Braziliense. Disponível em http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?32542

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Madeira Plástica

Como substituta da madeira convencional a madeira plástica tem se revelado de alta resolutividade, tanto por sua aplicabilidade nos mesmos usos da madeira tradicional, quanto pela ajuda que presta à redução do desmatamento e da poluição. Para a obtenção de cada m³ de madeira plástica são utilizados 945 kg de resíduos urbanos e industriais, como garrafas pet, que iriam para o lixo poluir o meio ambiente.
Em termos de custo, se analisar a madeira comum e devidamente legalizada, é equivalente e se revela até mais vantajosa ao longo de sua vida útil, maior que a da madeira convencional, já que sua composição é à base de plásticos que, como sabemos, levam dezenas de anos para se decomporem na natureza.
A madeira plástica também é resistente ao desgaste natural, pois, resiste à corrosão de intempéries, é imune a pragas, cupins, insetos e roedores. A madeira plástica é a alternativa ideal para quem colabora com a questão ecológica de forma consciente e lucrativa.
                 

USOS
  • Decks, piers, pontes e como outros assoalhos
  • Brises (quebra-sol) e bandejas de luz
  • Bancos e mesas
  • Guarda-corpos
  • Revestimento de fachadas e paredes
  • Lixeiras, protetor de árvores
  • Pergolados, gazebos, revestimentos, móveis, pallet, dormentes e caxepôs (já que sua textura e aparência são idênticas às da madeira natural)

VANTAGENS
  • Não empena, não racha e não solta farpas
  • Não absorve umidade
  • Não mofa e não cria fungos
  • Imune a pragas, cupins, insetos e roedores
  • Não é pintada, é pigmentada - não desbota (não solta as camadas de tinta como nos processos de pintura e envernizamento usuais)
  • Durabilidade de centenas de anos
  • Antiderrapante
PRATICIDADE
  • Livre de manutenção e pintura
  • Aplicação com as mesmas ferramentas da madeira
  • Maior agarre a pregos e parafusos
  • Limpeza feita com água e sabão
  • Dimensões e apresentação
Por sua maior maleabilidade não é indicado para telhados ou estruturas que tenham que suportar muito peso. Os perfís de Madeira Plástica podem ser comprados como madeira convencional e trabalhados com as mesmas ferramentas. São dotados de características uniformes de densidade e permitem um melhor agarre a pregos e maior facilidade para o corte e entalhe. São ainda apresentados em diversas cores para que atendam às principais necessidades de quem projeta e constrói.

Onde encontrar:
·         Em SP - Rua Lavapés, 130 - Centro. Limeira, SP
Fones: +55 (19) 3495 8988 ou (19) 3442 8434

·         Em RS - Rua Machado de Assis, 823
Erechim-RS (54) 3519-2258 - http://www.ecocasaerechim.com.br/

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Apenas 8% dos recifes do Caribe ainda são cobertos por Corais


Os recifes de coral caribenhos correm grandes riscos. Segundo pesquisa feita pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), os corais cobrem atualmente apenas 8% de toda a área de recife. Na década de 70, o percentual médio era de 50%.
O relatório foi divulgado pela IUCN na última sexta-feira (7), durante o Congresso Mundial sobre Conservação, que acontece na ilha de Jeju, Coreia do sul. A publicação afirma que 92% dos recifes do Caribe são hoje apenas rochas com algas e animais marinhos.
Entre as principais ameaças estão a poluição, o aquecimento global e a pesca predatória. O mesmo cenário tem se repetido em outras partes do mundo, em maior ou menor grau. Nas Ilhas Cayman e nas Antilhas Holandesas foram identificados níveis médios de deterioração menor, e as áreas ainda possuem corais cobrindo 30% dos recifes.
Para Carl Gustaf Lundin, diretor do Programa Marinho e Polar Global da IUCN, a ação do homem é fator imprescindível para controlar a destruição dos corais. Segundo ele, as atividades humanas precisam ser controladas, caso queiram manter os corais nas próximas décadas.
O diretor explica que é necessário reduzir a pesca, aumentar a quantidade de informações disponíveis para controle mundial e ainda acabar com a dependência dos combustíveis fósseis, um dos principais causadores do efeito estufa.

 92% dos recifes do Caribe são hoje apenas rochas com algas e animais marinhos. | Foto: IUCN
92% dos recifes do Caribe são hoje apenas rochas com algas e animais marinhos. | Foto: IUCN

Austrália
Na Austrália uma decisão governamental tem gerado polêmica em relação à preservação da Grande Barreira de Coral. Em agosto deste ano, as autoridades locais liberaram a exploração de carvão em áreas próximas à barreira. A autorização gerou protestos por parte de ambientalistas e deixou a senadora de Queesnland, Larissa Waters, preocupada. “Os impactos ambientais desta mega-mina e do aumento do transporte marítimo na Grande Barreira de Corais serão devastadores”, declarou. 
Acesso em: 10/09/2012.