segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Descobertas revelam um espaço borbulhante ao redor da Terra


As auroras são apenas a face mais visível de um rico conjunto de fenômenos que os cientistas estão descobrindo no espaço ao redor da Terra.[Imagem: Bud Kuenzli]

O espaço ao redor da Terra é tudo, menos um vácuo estéril. A área ao nosso redor possui um verdadeiro “borbulhar” de campos elétricos e magnéticos, que mudam o tempo todo.
Partículas carregadas também fluem constantemente, movimentando energias, criando correntes elétricas e produzindo as auroras.
Muitas destas partículas originam-se do vento solar, mas algumas áreas são dominadas por partículas de uma fonte mais local: a própria atmosfera da Terra, que é lenta, mas continuamente, “sugada” para o espaço.
Nanossatélites – Este novo mundo de partículas e correntes elétricas e magnéticas está sendo revelado pela missão FASTSAT, da NASA, uma plataforma para lançamentos de nanossatélites.
Neste estudo, que ainda não se encerrou, foram usados três experimentos que foram ao espaço a bordo do satélite científico: MINI-ME (Miniature Imager for Neutral Ionospheric Atoms and Magnetospheric Electrons), PISA (Plasma Impedance Spectrum Analyzer) e AMPERE (Active Magnetosphere and Planetary Electrodynamics Response Experiment)
Para cada evento bem definido, os cientistas comparam as observações dos diversos instrumentos.
Os eventos mostram um retrato detalhado desta região que agora se sabe ser muitodinâmica, com uma série de fenômenos inter-relacionados e simultâneos – como o fluxo de partículas e de corrente elétrica.
“Nós estamos vendo estruturas que são bastante consistentes em vários instrumentos”, diz Michael Collier no Centro Goddard, da NASA. “Nós colocamos todas essas observações em conjunto e elas estão nos contando uma história que é muito maior do que a soma das partes.”
Perda da atmosfera – Ao contrário do hidrogênio mais quente que vem do sol, a atmosfera superior da Terra geralmente supre íons de oxigênio mais frios, que são ejetados ao longo das linhas de campo magnético da Terra.
Esta “saída de íons” ocorre continuamente, mas é especialmente forte durante períodos em que há mais atividade solar, tais como erupções solares e ejeções de massa coronal, que são expelidas pelo Sol e se movem em direção à Terra.
Essa atividade suga íons de oxigênio da atmosfera superior da Terra, particularmente em regiões onde as auroras são mais fortes.
“Os íons pesados que fluem da Terra podem funcionar como um freio, ou um amortecedor, sobre a entrada de energia do vento solar,” explica Doug Rowland, coordenador do instrumento PISA.
“O fluxo também indica modos pelos quais os planetas podem perder suas atmosferas – algo que acontece devagar na Terra, mas mais rapidamente em planetas menores, com campos magnéticos mais fracos, como Marte,” diz Rowland.
No decorrer da pesquisa, os dados permitirão aos cientistas determinar de onde vêm os íons que saem da Terra, o que os move e como sua intensidade varia de acordo com a atividade solar. (Fonte: Site Inovação Tecnológica)

O FASTSAT, além de ter seus próprios instrumentos, é uma plataforma de lançamentos de nanossatélites, como a vela solar NanoSail. [Imagem: NASA]

Tartarugas marinhas são ameaçadas por vírus raro


Veterinário Leo Foyle, da Universidade James Cook, trata de tartaruga infectada pelo vírus que produz tumores
Um vírus que produz tumores está dizimando a população de tartarugas-verdes da Grande Barreira de Corais, situada ao norte da Austrália, onde a sobrevivência da espécie corre perigo pela falta de alimentos e pela deterioração ambiental do habitat.
Algumas tartarugas afetadas pela doença sobrevivem durante certo tempo quando os tumores são externos, mas os tumores causam também perda de visão, o que dificulta cada vez mais o animal a buscar alimentos e fugir dos predadores. Quando os tumores são interiores, eles obstruem os órgãos até provocando a morte do animal.
Uma vez contraído, o vírus pode ficar incubado durante anos, assim como a herpes labial nos seres humanos, mas qualquer circunstância estressante vivida pela tartaruga pode motivar sua manifestação, dizem especialistas.
As tartarugas-verdes (Chelonia mydas), animais que povoaram a Terra há mais de 100 milhões de anos, foram consideradas como espécies em perigo de extinção em seu habitat natural, os mares tropicais e subtropicais.
Capazes de viajar 2,6 mil quilômetros na época de migração, essas tartarugas habitam várias áreas do norte da Austrália, entre elas a Grande Barreira de Corais, uma das grandes reservas mundiais de fauna marinha.
Fatores como o desaparecimento de alimentos, a progressiva poluição da água, doenças, o desenvolvimento urbano no litoral australiano e o uso das redes por parte dos pescadores aumentam a ameaça da espécie.
Estresse ambiental – Há sete anos, os especialistas descobriram que o novo inimigo da tartaruga-verde é uma doença denominada “fibropapilomatose”, um herpes-vírus que produz tumores na superfície e muitas vezes no interior do animal, explica a pesquisadora Ellen Ariel, da Universidade James Cook (Austrália).
Por isso, segundo ela, os cientistas acreditam que a doença seja causada por “estresse ambiental”, e aparentemente muitas tartarugas doentes ficam em zonas específicas. A pesquisadora acrescenta que o desafio agora é determinar a origem da doença.
Neste ano, no nordeste australiano, houve grandes inundações e a passagem do ciclone “Yasi”, desastres que custaram muitas vidas de tartarugas-verdes, diz o diretor-executivo da representação australiana da ONG internacional WWF, Dermot O’Gorman.
Muitos leitos vegetais litorâneos, considerados uma importante fonte de alimentos das tartarugas-verdes, foram cobertos com sedimentos e poluição depois das inundações e da passagem do “Yasi”.
Nessas condições, as tartarugas doentes não têm a energia para buscar alimentos e morrem. “Muitas tartarugas sobreviveram, mas agora estão morrendo devido aos prolongados períodos de crise de fome”, conta Ellen.
Estudos recentes revelam que mais da metade das tartarugas-verdes que habitam a baía Brisk, no litoral da Grande Barreira de Corais, tinham fibropapilomatose, em um nível altíssimo se comparado com as que vivem em outras zonas, nas quais a incidência do vírus é de 5%.
O fato de o vírus ser quase endêmico na baía de Brisk levantou a hipótese de que o detonante da doença poderia ser o uso de pesticidas e outros poluentes industriais.
Segundo o WWF, tanto na baía Brisk como em outras partes do mundo, entre elas a Flórida (EUA), o vírus está mais presente em áreas próximas aos assentamentos humanos.
Comunidades aborígenes, autoridades, a Universidade James Cook e o WWF uniram forças na região da Grande Barreira de Corais para tentar salvar as tartarugas-verdes e realizar estudos, incluindo a etiquetagem que permite identificar os animais, para poder assim analisar a fundo suas doenças. (Fonte: Portal iG)

Recuperado, lobo-marinho será devolvido ao mar nesta segunda-feira

Após seis meses, filhote de lobo-marinho voltará
ao mar em Santos (Foto: Reprodução/TV Tribuna)

Um filhote de lobo-marinho que foi encontrado há seis meses em Peruíbe, no litoral sul do estado, deverá ser devolvido ao mar nesta segunda-feira (28). Desgastado e com uma infecção, ele passou por tratamento no Aquário de Santos. Provavelmente, ele se perdeu do grupo e foi arrastado até a praia.
Piá, como é chamado pelos tratadores, chegou com menos de 15 quilos e pesa agora 28 quilos. Segundo o veterinário Gustavo Dutra, ele está forte, saudável e pronto para procurar no mar a própria a comida.
O lobo-marinho vai ser solto a mais de 50 quilômetros da costa, depois da Laje de Santos. Ele terá uma identificação na nadadeira, que vai servir para monitorá-lo caso reapareça em alguma praia. A esperança dos veterinários é de que ele consiga seguir as correntes marítimas em direção ao sul do continente até chegar ao Uruguai, onde vive a espécie.
Além do lobo-marinho, quatro tartarugas que foram encontradas em redes de pesca ou debilitadas nas praias da região também se recuperaram e serão devolvidas ao mar na mesma viagem.
Gustavo Dutra explica ainda o que muitos visitantes do Aquário de Santos perguntaram nestes seis meses em que o animal estava em tratamento: por que o lobo-marinho não vai ocupar o tanque do Macaézinho, da mesma espécie que morreu este ano?
“ A gente segue uma determinação do centro de mamíferos aquáticos que manda que a gente solte esses animais. Esse animal é para soltura, para reabilitação” disse o veterinário. A tratadora de animais Maria Maura de Oliveira foi a responsável por dar comida, vitaminas e acompanhou o dia-a-dia e a recuperação do lobo-marinho nesses seis meses. Ela está feliz com a volta de Piá, mas não esconde o aperto no coração.
“É como se fosse filho, a mesma coisa, a preocupação de alimentação na hora certa, se precisar de medicação na hora certa, então a gente se apega muito. Segunda nem venho trabalhar só para não vê-lo indo embora”, disse. (Fonte: G1)

Ativistas anunciam que irão ocupar centro da COP-17

Um movimento de protesto contra a cúpula de mudança climática das Nações Unidas em Durban (COP17), batizado de “Occupy COP 17″, incentivou neste domingo (27) que manifestantes ocupem o centro de conferência onde será realizado o evento, que começa nesta segunda na África do Sul.
Os ativistas, que lançaram suas mensagens por meio do blog “occupycop17″ e do Twitter, preparam uma assembleia que será realizada nesta segunda-feira (28), no cruzamento de duas das principais ruas de Durban, a poucos metros do local escolhido para sediar a cúpula. A intenção é permanecer no local até o fim da COP17, no dia 9 de dezembro.
“Os governos do mundo se reúnem pela décima sétima vez em assembleia para estudar como reagir à mudança climática. Durante todo este tempo, não conseguiram encontrar uma resposta a esta situação insustentável”, diz o texto do movimento na internet.
O governo da África do Sul destacou mais de dois mil policiais para garantir a segurança da conferência, que deverá atrair 50 mil ativistas.
“Não esperamos distúrbios. Mantivemos contatos com as organizações para coordenar as mobilizações”, assegurou à Efe Eugene Msomi, porta-voz da polícia de Durban.
A COP 17 enfrenta um dos momentos mais difíceis na luta contra a mudança climática, Num panorama marcado pela crise econômica, a necessidade de frear o aumento da temperatura do planeta e o fim do Protocolo de Kyoto, único acordo previsto para reduzir as emissões de gases poluentes, que vence em 2012. (Fonte: Portal iG)

Conferência do Clima na África do Sul busca evitar retrocesso

Nesta segunda-feira (28) começa em Durban, na África do Sul, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 17), que mais uma vez busca avançar rumo a um acordo global de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa.
Esta edição, no entanto, mais do que para buscar um avanço nas negociações, é importante para evitar um retrocesso: o Protocolo de Kyoto, único acordo existente segundo o qual a maioria dos países desenvolvidos (os Estados Unidos, segundo maior emissor, não participam porque não ratificaram internamente o acordo) têm metas de redução das emissões, expira em 2012 e, se não for estendido, não haverá nada em seu lugar.
Atualmente, o maior emissor de gases-estufa do mundo é a China, mas ela resiste em se comprometer com metas de corte enquanto os EUA não o fizerem. Rússia, Japão e Canadá, por sua vez, alegam não ver sentido em assumir novo compromisso enquanto os maiores poluidores não o fazem.
A União Europeia representa o maior bloco de países ricos dispostos a negociar algum compromisso. A conferência de Durban, no entanto, acontece num momento conturbado, em que a salvação da economia parece mais urgente que a do clima.
A crise econômica também deve prejudicar outra grande meta da COP 17, que é normatizar o funcionamento do “fundo verde”, um mecanismo de financiamento de ações de redução de emissões e adaptação às mudanças climáticas nos países pobres. A ideia é que haja US$ 100 bilhões ao ano disponíveis até 2020, mas não se sabe até agora exatamente quem vai colocar a mão no bolso para levar a proposta adiante.
O Brasil aposta suas fichas numa renovação do Protocolo de Kyoto. O negociador brasileiro embaixador André Corrêa do Lago alerta que “há praticamente um consenso de que nunca mais vai se conseguir um acordo total”. Daí a importância de não se deixar morrer este. Corrêa do Lago ressalta que desde a assinatura do protocolo, em 1997, havia a determinação de que o primeiro período de compromisso seria revisto entre 2008 e 2012.
“Nenhum país quer sair de Kyoto pra fazer mais do que faria em Kyoto. Todo mundo quer fazer menos”, comentou o diplomata brasileiro na última semana, em Brasília.

Delegados aplaudem "Acordos de Cancún" aprovados na COP 16. Propostas aprovadas no México serão base para as discussões em Durban. (Foto: Dennis Barbosa/G1)
Os países emergentes, como o Brasil, defendem que as nações ricas, que emitiram mais gases-estufa durante décadas, devem assumir metas mais rígidas, e usam a pobreza que parte de suas populações enfrentam como argumento de que devem ter maior margem de emissões, para poderem se desenvolver. É o que nas negociações reiteradamente chamam de “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”. (Fonte: Dennis Barbosa/ Globo Natureza)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Asteroide vai passar perto da Terra na próxima terça-feira

Nasa afirma que objeto de 400 metros de largura não representa perigo de impacto com a superfície

Asteróide vai passar mais próximo da Terra que a Lua na próxima terça
Crédito: Nasa/Divulgação/CP
Um enorme asteroide passará perto da Terra na próxima terça-feira (8), em uma aproximação rara que não representa risco de impacto para o planeta, afirmaram esta semana cientistas dos Estados Unidos, que esperam ansiosos a oportunidade de observá-lo.
“Não é potencialmente perigoso, é apenas uma boa oportunidade para estudar um asteroide”, garantiu o astrônomo da Fundação Nacional de Ciências (NSF, na sigla em inglês), Thomas Statler.
O asteroide circular, chamado 2005 YU55, tem 400 metros de largura e ficará mais perto da Terra do que a Lua, a 325.000 km de distância, informou a agência espacial americana.
Segundo previsões, o horário em que o asteroide estará mais próximo da Terra será às 21h28 de terça-feira, hora de Brasília.
A aproximação será a maior de um asteroide deste tamanho em mais de 30 anos e um evento similar não voltará a ocorrer até 2028.
No entanto, quem desejar ver o corpo celeste precisará de um telescópio. “Ele não será perceptível a olho nu. Será preciso um telescópio com lente de mais de 15 cm para vê-lo. Para tornar a observação ainda mais complicada, se moverá muito rápido no céu quando passar”, disse Statler.
“Vários radiotelescópios foram instalados na América do Norte para registrar a passagem do astro”, continuou Fisher.
“O momento momento (e local) para observá-lo serão as primeiras horas da escuridão de 8 de novembro na costa leste dos Estados Unidos”, emendou.
Os astrônomos que estudam este objeto, classificado como um asteroide de classe C, dizem que é muito escuro, cor de carvão, e bastante poroso.
O 2005 YU55 foi descoberto em 2005 por Robert McMillan, do projeto Spacewatch, grupo de cientistas que observa o sistema solar perto de Tucson, Arizona (sudoeste).
O objeto faz parte de um conjunto de 1.262 asteroides grandes, que giram ao redor do sol e têm mais de 150 metros de largura, que a Nasa qualifica como “potencialmente perigosos”.
“Queremos estudar estes asteroides, de forma que se algum dia formos atingidos, saibamos o que fazer com ele”, disse Statler.
A passagem mais próxima que um asteroide fará da Terra será em 2094, a uma distância de 269.000 km, segundo as previsões. (Fonte: Portal iG)

Desperdício de água tratada pode chegar a 50% nas grandes cidades só com vazamentos da rede

Por causa de vazamentos, grande volume de água se perde no Brasil entre a captação e a torneira do consumidor, principalmente nas grandes cidades. De acordo com dados do Atlas do Saneamento 2011, divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), seis em cada dez municípios com mais de 100 mil habitantes apresentam perdas entre 20% e 50% do volume de água captada. Nas cidades com população inferior, a perda fica em torno de 20%.

Segundo Daniela dos Santos Barreto, uma das pesquisadoras do projeto, esse é um problema grave que pode ser ainda maior. “Em tempos de escassez de água, essas perdas são um problema sério, causadas por vários fatores como insuficiência do sistema, redes antigas e sem manutenção adequada, além de furtos de água. Com tudo isso, o volume que se perde é até difícil de ser mensurado pelas operadoras e pode ser ainda maior.
O Atlas revela, ainda, que a água fornecida à população brasileira pela rede geral é obtida, sobretudo, pela captação em poços profundos – como ocorre em 64,1% dos municípios brasileiros – e pela captação superficial (56,7%). A água também pode ser obtida por meio de captação em poço raso ou via adutora de água bruta ou adutora de água tratada provenientes de outro distrito ou município.
Em 2008, em todas as regiões do país, a água disponibilizada à população por meio de rede geral recebeu algum tipo de tratamento. Na Região Norte, entretanto, o avanço alcançado no percentual de água tratada distribuída à população, que passou de 67,6%, em 2000, para 74,3%, em 2008, não foi suficiente para que a região se aproximasse dos índices nacionais porque a quantidade de água que não recebe nenhum tipo de tratamento, 25,6% de toda a água distribuída à população, ainda permanece bem acima dos 7,1% que representam a média nacional.
Nas demais regiões, mais de 90% da água distribuída recebe algum tipo de tratamento. A Região Sul, por sua vez, teve um incremento de 10% no volume de água distribuída à população, porém, não teve um acompanhamento no percentual de água tratada.
O estudo mostra que 78% dos municípios brasileiros investem em melhorias na rede de distribuição de água e a Região Sul é a que apresenta o maior percentual de municípios que se incluem nessa situação (86,4%), de investir em melhorias nesse serviço público. Outra parte do processo de abastecimento que vem recebendo grande investimento por parte da maioria dos municípios (67,8%) é o das ligações prediais.
Além disso, estão sendo feitas, em menor escala, melhorias na captação (49,5% dos municípios); no tratamento (43,7%); na reservação (36,1%) e na adução (19,9% dos municípios brasileiros). (Fonte: Flávia Villela/ Agência Brasil)

Painel do clima da ONU errou ao prever degelo no Ártico

Um novo estudo de cientistas dos EUA e da França sugere que o IPCC, o painel do clima das Nações Unidas, errou feio em suas previsões sobre o degelo do Ártico. No caso, errou para baixo: o derretimento observado é quatro vezes maior do que apontam os modelos.
O grupo de pesquisadores liderados por Pierre Rampal, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), publicou seus dados na edição desta semana do periódico “Journal of Geophysical Research”.
Eles uniram dados de modelagem com observações de satélites, navios e até submarinos para estimar que o mar congelado que recobre o oceano Ártico está afinando a uma taxa de 16% por década. Os modelos que alimentaram o relatório do IPCC, publicado em 2007, estimam essa taxa em 4%.
Segundo Rampal e seus colegas, os modelos climáticos computacionais que estimaram um polo Norte sem gelo no verão em 2100 estão atrasados 40 anos em relação às observações. Da mesma forma, o papel da chamada “amplificação ártica” – como é conhecido o efeito de aumento da temperatura devido à perda do gelo marinho e à maior absorção de radiação solar pelo oceano – provavelmente foi subestimado.
Isso se deve principalmente ao fato de que os modelos não conseguiram reproduzir o aumento de velocidade que ocorre quando o gelo fica mais fino.
O mar congelado do Ártico está em permanente movimento, seguindo as correntes. Todo verão, elas empurram enormes quantidades de gelo para fora do oceano Ártico, pelo chamado estreito de Fram, entre a Groenlândia e o arquipélago norueguês de Svalbard, diminuindo a área do mar congelado.
Acontece que, com a água mais quente, as placas de gelo ficam mais finas (a média entre 1980 e 2008 é de 1,65 metro de afinamento no verão) e se rompem mais. Isso consequentemente aumenta a velocidade de “exportação” do gelo e, por consequência, amplia a redução de área da banquisa.
Em agosto deste ano, a Folha teve oportunidade de experimentar essa alta velocidade do gelo no estreito de Fram a bordo do navio Arctic Sunrise, da ONG Greenpeace. A amarrado a uma placa de gelo de mais de 200 m de comprimento, o navio derivou cerca de 80 km em dois dias.

Rampal afirma que os modelos falham em capturar essa relação entre deformação e velocidade. Aplicando a metodologia usada no novo estudo aos modelos, eles conseguiram resolver quase todas as diferenças entre modelos e observações – o que pode ajudar a estimar com maior precisão o papel do Ártico no clima futuro da Terra. (Fonte: Claudio Angelo/ Folha.com)

Recursos naturais podem ter colapso em 40 anos, dizem especialistas

Uma previsão catastrófica do planeta Terra para os próximos 40 anos foi divulgada nesta segunda-feira (17) por especialistas da área de clima e saúde reunidos em uma conferência em Londres, no Reino Unido.
Segundo os pesquisadores, recursos naturais da Terra como comida, água e florestas, estão se esgotando em uma velocidade alarmante, causando fome, conflitos sociais, além da extinção de espécies.
Nos próximos anos, o aumento da fome devido à escassez de alimentos causará desnutrição, assim como a falta de água vai deteriorar a higiene pessoal. Foi citado ainda que a poluição deve enfraquecer o sistema imunológico dos humanos e a grande migração de pessoas fugindo de conflitos deverá propagar doenças infecciosas.
Tony McMichael, especialista em saúde da população da Universidade Nacional Australiana, afirmou que em 2050, somente a região denominada África Subsaariana seria responsável por aumentar em 70 milhões o número de mortes.
Outro ponto citado se refere ao aumento dos casos de malária entre 2025 e 2050 devido às alterações climáticas, que tornaria propícia a reprodução do mosquito transmissor da doença. “A mudança climática vai enfraquecer progressivamente o mecanismo de suporte de vida da Terra”, disse McMichael.

Mãe cuida de filho no campo de refugiados de Dadaab, no Quênia. Seca já atinge o Chifre da África e provoca migração em massa para locais com socorro humanitário (Foto: Reuters)
Aumento populacional – De acordo com os especialistas, o aumento da população (estimada em 10 bilhões em 2050) vai pressionar ainda mais os recursos globais. Outra questão citada são os efeitos nos países ricos, principalmente nos da Europa.
“O excesso de consumo das nações ricas produziu uma dívida ecológica financeira. O maior risco para a saúde humana é devido ao aumento no uso de combustíveis fósseis, que poderão elevar o risco de doenças do coração, além de câncer”, afirmou Ian Roberts, professor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.
Além disso, o Velho Continente estaria sob risco de ondas de calor, enchentes e mais doenças infecciosas para a região norte, disse Sari Kovats, uma das autoras do capítulo sobre a Europa no quinto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que será lançado entre 2013-2014.
Espécies em risco – De acordo com o Paul Pearce-Kelly, curador-sênior da Sociedade Zoológica de Londres, cerca de 37% das 6 mil espécies de anfíbios do mundo podem desaparecer até 2100. Os especialistas afirmam que na história do planeta ocorreram cinco extinções em massa, entretanto, atualmente a taxa de extinção é 10 mil vezes mais rápida do que em qualquer outro período registrado.
“Estamos perdendo três espécies por hora e isso antes dos principais efeitos da mudança do clima”, disse Hugh Montgomery, diretor do Instituto para Saúde Humana e Performance da University College London. (Fonte: G1)

Cidade de Manila “afunda”por causa da superexploração de aquíferos

Algumas áreas de Manila, capital das Filipinas, ficaram 18 centímetros mais baixas nos últimos três anos devido à superexploração dos aquíferos, o que piora as inundações recorrentes no período de monções.
“Algumas partes de bairros periféricos de Manila estão afundando segundo os dados. Desde que começaram as medições em 2007 com a colaboração de um satélite japonês, foi registrado um rebaixamento de 5,5 centímetros ao ano”, explica à Agência Efe Arturo Daag, vulcanólogo do Instituto Filipino de Vulcanologia e Sismologia (Phivolcs).
Os bairros de Navotas, Caloocan, Malabon e Valenzuela e a província de Bulacan são algumas das zonas mais afetadas, onde grande parte do terreno continua alagado mais de duas semanas após a passagem dos tufões “Nesat” e “Nalgae”, que deixaram pelo menos 101 mortos.
“O alagamento começou antes que fizéssemos as primeiras medições. Se o problema não for resolvido, outras áreas sofrerão inundações permanentes, como já vem ocorrendo”, adverte o cientista.
Este fenômeno, chamado subsidência, acontece quando os aquíferos sob o terreno diminuem em volume por causa da superexploração, o que também diminui a pressão que exercem sobre o solo, deixando-o menos compacto.
“Segundo um trabalho, existe uma alta concentração de indústrias que dependem da extração de água subterrânea. Em Manila, estes aquíferos têm uma grande profundidade, entre 250 e 300 metros, mas empresas distribuidoras de água notaram que eles estão diminuindo a cada ano”, ressalta o especialista.
No caso da capital filipina, o problema se agrava por ser uma cidade litorânea, pois há risco do mar invadir bairros mais expostos. Apesar da altitude em algumas áreas de Manila já ter diminuído 18 centímetros em pouco mais de três anos, Daag destaca que “os riscos ainda são muito pequenos”.
De acordo com o cientista, “alguns encanamentos que se rompem sem motivo aparente podem constar como pequenas provas, mas é difícil detectar mudanças em pequena escala porque o fenômeno afeta áreas bastante extensas”.
Além de agravar as enchentes em Manila ano após ano na temporada de tufões, a subsidência também representa uma ameaça em caso de terremoto. “Se houver um terremoto, os terrenos saturados e menos compactos irão se mover de forma mais intensa”, explica o vulcanólogo.
Daag afirma que as Filipinas precisam melhorar o mais rápido possível os sistemas de controle de deformações do solo a pequena escala e por satélite.
À margem das medidas de controle, o instituto recomenda “limitar a extração de água”, o que requereria a construção de novas represas para satisfazer a indústria e os mais de 12 milhões de habitantes da capital filipina.
Também recomenda um plano que melhore a resposta em caso de inundações e que regule os assentamentos de favelados, onde a acumulação de lixo multiplica o efeito das inundações.
O professor da Universidade das Filipinas Alfredo Langmay adverte em artigo no jornal “Philippine Daily Inquirer” que “a subsidência é outro problema criado pelo homem que agrava as cheias, mas existem outros como a urbanização descontrolada”.
“As pessoas culpam a mudança climática pelos desastres naturais. Mas esta não é a única razão, existem outras mais tangíveis que podem ser resolvidas se algumas medidas forem tomadas”, adverte. (Fonte: Yahoo!)

Rio fará contagem regressiva dos lixões do estado

Começou a funcionar na segunda-feira (24), no Rio de Janeiro, o Contador Regressivo de Lixões, uma iniciativa que objetiva viabilizar o registro detalhado dos lixões que estão sendo ou serão desativados no estado, dos aterros sanitários implantados e do cronograma de conclusão do programa Lixão Zero.
O Contador Regressivo dos Lixões do estado do Rio será apresentado pelo secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e pela presidenta do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos. Durante a apresentação, o secretário Carlos Minc detalhará o avanço do programa Lixão Zero nos municípios fluminenses e que já levou, somente este ano, à desativação de 16 lixões pelo governo estadual.
“Nos dados a serem apresentados, de forma transparente, constarão os lixões desativados de 2009 a 2010, o lixões já desativados em 2011 e os que serão interrompidos nos próximos anos”, informou a Secretaria do Ambiente, em nota. Ainda segundo a secretaria, o objetivo do detalhamento das ações de desativação dos lixões é fazer com que a sociedade acompanhe de perto o que vem sendo feito com o programa Lixão Zero, que visa a desativar todos os lixões do Rio. “Em cada caso citado, serão detalhadas a data da desativação, as toneladas de lixo retiradas e a destinação correta para aterros sanitários em diversos municípios”. (Fonte: Nielmar de Oliveira/ Agência Brasil)

Satélite alemão entrou na atmosfera da Terra, diz Centro Aeroespacial

O Centro Aeroespacial Alemão (DLR, na sigla em alemão) informou neste domingo (23) que o satélite aposentado Rosat entrou na atmosfera da Terra no início da madrugada, mas não confirmou que destroços tenham atingido a superfície do planeta.
Não está ainda claro ainda, segundo o DLR, onde o equipamento entrou na atmosfera.
O DLR anunciou na quarta-feira (19) que um satélite aposentado poderia cair de volta na Terra neste fim de semana. Os cientistas disseram que não saberiam informar em que parte do planeta as peças cairiam.
O satélite é do tamanho de uma minivan e pesa 2,4 toneladas. Ele vai se queimar durante a reentrada na atmosfera, mas 30 fragmentos, que juntos têm 1,7 tonelada, poderiam atingir o solo. A maior dessas peças é um espelho resistente ao calor.
“Todos os países do mundo entre 53 graus norte e 53 graus sul podem ser afetados”, afirmou Andreas Schütz, porta-voz do DLR. A vasta área inclui a maior parte das regiões habitadas do planeta e todo o território brasileiro.

Ilustração do satélite Rosat, lançado pelo Centro Aeroespacial Alemão em 1990. (Foto: AP Photo/EADS Astrium)
O Rosat foi lançado em 1990 e pôs em órbita o primeiro telescópio espacial a usar raios X para captar imagens. O aparelho foi usado para estudar buracos negros e estrelas de nêutrons até 1999, quando foi aposentado. Na época, ele voava a entre 565 km e 585 km da Terra. Desde então, ele vem perdendo altitude; em junho de 2011, a distância para a superfície era de 327 km.
Em setembro, um satélite da Nasa provocou medo depois que a agência norte-americana anunciou que ele cairia na Terra. Porém, a reentrada aconteceu sobre o Oceano Pacífico e não causou nenhum estrago aparente.
A DLR calcula que a chance de alguém ser atingido por uma peça do Rosat é de uma em 2 mil – um pouco maior do que a que a Nasa calculava para seu satélite, no mês passado. Como há cerca de 7 bilhões de pessoas na Terra, o risco de que você seja atingido é de cerca de um em 14 trilhões. (Fonte: G1)