quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Conferência do clima da ONU prorroga Protocolo de Kyoto até 2020


Cerca de 200 países concordaram no último sábado - 08.12.2012, na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 18), em Doha - Qatar, em estender a validade do Protocolo de Kyoto. O acordo, assinado em 1997 e que se expiraria no final de 2012, é a única ferramenta que compromete os países industrializados a reduzir os gases de efeito estufa.
O alcance do novo acordo, no entanto, é ainda menor do que o Protocolo de Kyoto era. Japão, Rússia, Canadá e Nova Zelândia se recusaram a assiná-lo porque queriam que países emergentes como a Índia, a China e o Brasil também tivessem metas a cumprir, o que não é previsto pelo documento. Os Estados Unidos nunca ratificaram o Protocolo de Kyoto.
Dessa forma, o grupo comprometido com as metas do protocolo se reduz a 36 países: Austrália, Noruega, Suíça, Ucrânia e todos os integrantes da União Europeia. Juntos, eles respondem por apenas cerca de 15% do total de emissões de gases estufa de todo o mundo.
Com o acordo deste sábado, é possível que novas metas sejam estabelecidas já em 2014. A União Europeia, por exemplo, já prometeu reduzir suas emissões em até 20%, em comparação com os dados de 1990.
O documento também manteve o financiamento de US$ 10 bilhões por ano a serem doados pelos países desenvolvidos para auxiliar o combate à mudança climática nas nações em desenvolvimento. Esse número já tinha sido acordado em 2009.
Em crise econômica, os países desenvolvidos não conseguiram apresentar, no entanto, um planejamento de como eles vão chegar à soma de US$ 100 bilhões por ano, que é prevista para a partir de 2020 pelo mesmo acordo.
Repercussão
Um porta-voz das Nações Unidas disse que o secretário-geral Ban Ki-moon ficou contente, mas afirmou que “muito mais precisa ser feito”. Em sua opinião, o resultado pode abrir caminho para um acordo “legalmente vinculante para 2015”.

O representante disse ainda que o secretário-geral “aumentará seu envolvimento pessoal” com o objetivo de “ampliar o financiamento e comprometer os líderes mundiais, enquanto agora avançamos em direção ao acordo global”.
“Não foi um caminho fácil. Não foi um caminho bonito. Não foi um caminho rápido, mas a gente conseguiu cruzar a ponte e tomara que consiga aumentar a velocidade”, afirmou Connie Hedegaard, da Comissão Europeia do Clima.
“Muito, muito mais é necessário se realmente quisermos tratar a mudança climática e reduzir as emissões”, afirmou Kieren Keke, ministro do Exterior de Nauru, que falou em nome da Aliança dos Pequenos Estados Insulares, países que seriam diretamente afetados pelo aumento do nível do mar.
Paris 2015
Em 2020, quando o Protocolo de Kyoto perder sua validade, os países pretendem pôr em ação um novo acordo, que estabeleça metas para todas as nações. Essa será a pauta da próxima grande reunião, que será em 2015, em Paris, na França. Antes disso, reuniões preliminares serão realizadas em 2013 e 2014; a primeira delas está marcada para abril de 2013, em Bonn, na Alemanha.

O maior desafio dos negociadores será incluir os dois maiores poluidores do planeta: a China e os Estados Unidos.
Más notícias
Nas últimas semanas, os relatórios e estudos ressaltaram a situação real das mudanças climáticas e o fato de que os esforços realizados estão longe de poder freá-las, já que revertê-las parece difícil.

A temperatura global do planeta subirá de 3°C a 5°C, e não 2°C, a marca para além da qual o sistema climático se tornaria incontrolável.
Desde 1995, a comunidade internacional se reúne todos os anos em complexas e difíceis negociações dirigidas pela ONU para tentar aumentar e distribuir de forma igualitárias as reduções de gases de efeito estufa.
Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia    Acesso em 13.12.2012



terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Derretimento dos Andes Ameaça Cidades da América do Sul



As montanhas regulam o suprimento de água de cidades colombianas, mas o controle natural contra inundações está falhando.


BOGOTÁ – Quase dois quilômetros acima desta cidade de quase oito milhões de habitantes está um mundo escarpado, escondido pela neblina, silencioso exceto pelo gotejar da água e do vento sussurrante que sopra pela tundra sem árvores. Este é Chingaza, um parque nacional a 64km de Bogotá, do lado leste dos Andes Colombianos.


Imagem de parte da cidade de Bogotá-Colômbia

Conhecidos como páramos, esses ecossistemas a mais de 3350 metros acima do nível do mar existem apenas nas Américas Central e do Sul, majoritariamente na Colômbia. Os páramos se parecem com uma espécie de arquipélago alpino, cada um sendo um elo na corrente de ecossistemas distintos de ilhas que evoluíram isoladas e produziram plantas que não são encontradas em nenhum outro lugar do planeta. Eles desempenham um papel crucial na manutenção de um suprimento constante de água para milhões de pessoas em cidades grandes como Bogotá e Medellín. Juntamente com as florestas abaixo, os páramos protegem essas cidades e as zonas rurais circundantes de inundações massivas.

A Colômbia é um dos países mais úmidos da Terra, sua segunda temporada anual de chuvas começou em setembro. Nos últimos dois anos, porém, algumas partes do país tiveram pouco descanso do dilúvio destrutivo durante épocas do ano que são tradicionalmente mais secas.

A La Niña – o padrão climático que provoca temperaturas de superfície incomumente frias no Pacífico leste – foi vista como a principal culpada. Mas cientistas acreditam que a mudança climática também é tem influência nas inundações que afetaram três quartos da Colômbia nos últimos dois anos, custaram bilhões de dólares e deixaram centenas de mortos.

Conforme a mudança climática converge com a invasão humana dessas montanhas, a degradação de altos sistemas andinos está acelerando. E há preocupações crescentes de que essas custosas enchentes se tornem um problema crônico mesmo que a mudança climática leve a secas prolongadas na região.

Páramos e florestas nubladas funcionam como uma peça finamente ajustada de engenharia ecológica que administra o fluir de água das altas montanhas para os lagos e rios abaixo. Os páramos agem como uma esponja, absorvendo e depois conduzindo enormes quantidades de água para o lado da montanha até as florestas encobertas de nuvens. De lá a água é novamente filtrada e direcionada em rios e reservatórios que matam a sede de grandes áreas urbanas sem erodir o solo – fator crucial na proteção contra enchentes.

A precipitação anual em Chingaza, que fornece cerca de 80% da água de Bogotá, se aproxima de quatro metros em algumas áreas. Nem todos os páramos são tão úmidos quanto Chingaza, mas todos têm um papel vital tanto para armazenar a água quanto em regular seu fluxo.

“Lagos bem preservados em grandes altitudes e as turfas ajudam a proteger as terras baixas de inundações ao reduzir a velocidades das correntes. Depois da purificação da água, um dos mais importantes serviços dos páramos é o controle de enchentes”, explica Daniel Ruiz, professor associado de engenharia ambiental da Escola de Engenharia de Antióquia e pesquisador do Instituto Internacional de Clima e Sociedade da Columbia University.

Uma das características mais proeminentes dos páramos são plantas grandes, verde-prateadas, chamadas de espeletia, mais comumente conhecidas como frailejón. A planta é onipresente, pontilhando a fria paisagem  até onde os olhos podem ver. Seus aglomerados de folhas espinhosas, remanescentes de alguns cactos, são cobertas por pelinhos macios que capturam a umidade da neblina e a conduzem a solos cobertos de musgo que conseguem manter várias vezes seu peso em água.

Há uma variedade de teorias sobre como a temperatura cada vez mais alta do ar e sobre como os padrões alterados de precipitação podem afetar esses ecossistemas no futuro. Mas a mudança já chegou.

Em 2011, o Instituto Interamericano para Pesquisa em Mudanças Globais e o Comitê Científico de Problemas do Meio-Ambiente publicaram um relatório conjunto avaliando a mudança climática e a biodiversidade nos Andes. O relatório aponta que a região não está apenas enfrentando ameaças da mudança climática futura, mas que já está passando por “mudanças significativas em temperaturas, regimes de chuvas e padrões climáticos sazonais”.

As estações chuvosas extremas e prolongadas de 2010 e 2011 oferecem uma ideia dos danos que essas mudanças podem levar a áreas urbanas no futuro. Em Medellín, chuvas pesadas criaram rios no centro da cidade e levaram a deslizamentos devastadores. Em um dos casos, mais de 100 pessoas morreram ou desapareceram depois de uma avalanche de lama enterrar dezenas de lares em uma encosta da cidade.

O Rio Bogotá, afogado com sedimento e lixo, transbordou e inundou áreas vizinhas baixas dentro e fora da capital da nação. Ao todo, mais de três milhões de colombianos – aproximadamente 7% da população total – ficaram desabrigados ou sofreram danos significativos a seus lares somente em 2011 como resultado de inundações, de acordo com o Banco Mundial.

Modelos preveem que é provável que o aquecimento nos Andes contribua tanto para mais enchentes quanto para mais secas na região, conforme os ambientes montanhosos mudam. De acordo com o relatório do Instituto Interamericano, a temperatura média dos Andes subiu 0,7 graus Celsius nos últimos 60 anos. Isso é semelhante à média global, mas ecossistemas de grande altitude dos Andes tropicais, como páramos e florestas úmidas, são particularmente sensíveis ao aquecimento – da mesma forma que recifes de coral, geleiras e regiões polares. 

Ruiz, que contribuiu para o relatório, apontou que uma análise de registros climáticos em uma estação de pesquisa de um dos páramos mostrou aumentos em temperaturas mínimas quase duas vezes maiores do que as registradas em menores altitudes, enquanto aumentos em temperaturas máximas saltaram para quase três vezes a média das regiões mais baixas. 

A pesquisa da mudança climática aqui ainda está em seus estágios iniciais, e cientistas ainda estão tentando descobrir quais mudanças nas altas montanhas são resultado da mudança climática, e quais são mais provavelmente resultado de outras mudanças provocadas por atividades humanas como agricultura, pecuária e mineração. Pesquisas sugerem que uma combinação de ambas seja responsável por aumentar temperaturas e reduzir espécies-chave, incluindo alguns frailejónes.

Conrado Tobón, hidrólogo da Universidade Nacional da Colômbia em Medellín, estuda a alteração do ciclo de água de ecossistemas andinos de grande altitude associada à mudança climática. Em 2005, sua equipe começou a analisar a eco-hidrologia dos páramos e de altas florestas andinas que são cruciais para o suprimento hídrico de Bogotá, Medellín e Quito, no Equador.

A equipe fez medidas minuto-a-minuto de condições como precipitação, temperatura, vento, taxa de evaporação e quantidade de água no solo. O objetivo é fazer uma contabilização completa do movimento de água, do momento em que ela atinge a superfície de uma planta e passa através de musgo e solo, até ela fluir para fora da bacia e para dentro da rede de correntes de florestas altas em seu caminho para as terras baixas.

Eles também usaram dados de precipitações na Colômbia do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) para modelar mudanças em diferentes cenários de temperatura e precipitação. Os pesquisadores fizeram modelos de páramos degradados pela agricultura e mineração, e também de ambientes protegidos, como Chingaza. Os resultados de Tobón confirmam o que outros modelos estão mostrando: a precipitação provavelmente diminuirá nos páramos e nas florestas andinas de grande altitude, talvez até levando a secas prolongadas.

Mas condições mais secas não significam necessariamente menos risco de inundação – na verdade, é o oposto. Em suas próprias estações de pesquisa nos Andes do norte, Ruiz notou incidências cada vez maiores de chuvas extremas, que tendem a provocar mais escoamento e erosão do solo. É uma receita perfeita de inundações.

“Períodos mais secos estão se tornando mais longos, e estações úmidas estão ficando mais intensas”, apontou ele. “Os páramos estão, portanto, sendo lavados por tempestados intensas e curtas, e aguaceiros que não podem ser contidos por uma vegetação adaptada a chuviscos”.

Mudanças climáticas locais têm sua parcela de responsabilidade. A conversão de florestas de montanha em pastagens e lavouras aumentou temperaturas na região, provocando uma elevação do nível de nuvens – o suficiente para deixar algumas florestas úmidas inicialmente envolta na neblina e páramos abaixo da névoa, e aumentar a radiação solar. De acordo com Ruiz, essa diminuição na cobertura de nuvens é uma das maiores contribuintes para o estresse climático nos páramos.

A convergência de mudanças locais e globais compõe os impactos sobre frágeis, mas importantes, ecossistemas montanhosos elevados. Mais radiação e temperaturas mais altas fazem com que plantas normalmente encontradas em elevações mais baixas se concentrem nas partes mais altas. Espécies invasivas de plantas, animais e espécies também migram, perturbando a delicada maquinaria biológica que fazem os páramos e as florestas elevadas funcionarem como um sistema de distribuição e armazenagem de água finamente ajustado.

Em vez de uma precipitação em forma de neblina, páramos e florestas recebem mais precipitação na forma de chuva. Isso afeta as plantas adaptadas a coletar umidade da neblina e do solo, porque são menos aptas a suportar gotas mais pesadas de chuva. Essas gotas mais pesadas também compactam o solo, fazendo com que absorva menos água e aumente o escoamento e a sedimentação, o que obstruir rios e contribui significativamente para a inudação de terras mais baixas.

Conforme a consciência da mudança climática e de outros tipos de degradação ambiental cresce, o governo colombiano começa a responder. Uma exemplo é uma colaboração entre o governo nacional, a cidade de Bogotá e a organização ambiental Conservation International, em um projeto de restauração de páramos.

O plano pede a limitação da degradação ambiental local em áreas protegidas, como Chingaza, através da criação de um corredor de conservação de 1,5 milhão de acres conectando o parque aos páramos próximos, Guerrero e Sumapaz, o maior páramo do mundo. O plano também procura melhorar a proteção de terras particulares nas vizinhanças que estão sendo destruídas para a criação de gado e a plantação de batatas.

Parte desse esquema inclui um treinamento para os fazendeiros e rancheiros locais aprenderem a usar práticas mais sustentáveis. A Conservation International está desenvolvendo um projeto de carbono florestal, usando a venda de créditos de carbono para compensar os donos de terra por separar porções de suas terras para conservação e restauração de florestas.

“Quando se compreende que esses ecossistemas estão oferecendo serviços importantes – não apenas o suprimento hídrico, mas a regulação de água, observou Patricia Bejarano-Mora, coordenadora de planejamento do uso de terras para o escritório colombiano da Conservation International, "talvez a solução não seja um trabalho de engenharia, como a construção de diques, mas a conservação de florestas e da eco-hidrologia”, adicionou ela. “Políticos estão começando a reconhecer isso”.

Este artigo apareceu originalmente em The Daily Climate, a fonte de notícias sobre a mudança climática publicada pela Environmental Health Sciences, uma empresa de mídia sem fins lucrativos.

 Autumn Spanne e DailyClimate.org em sitesiciam3dez12

Disponível em: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/derretimento_dos_andes_ameaca_cidades_da_america_do_sul.html
Acesso em 04.12.2012

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Meta de redução de emissão de gases estufa para 2020 não será cumprida


Relatório da ONU indica que a concentração de gases pode ficar até 14% acima da meta
BRASÍLIA - Ainda que todos os países do mundo decidam agora ser mais ambiciosos nas metas voluntárias e obrigatórias de redução de emissões de gases de efeito estufa, não será mais possível atingir o compromisso firmado em 2010 de evitar que a temperatura no mundo suba mais que 2ºC  até 2020.
A terceira edição do Relatório sobre Emissões de Gases de Efeito Estufa, divulgada nesta quarta-feira, 21, pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), mostrou, em um novo cálculo, que a concentração de gases do aquecimento global pode ficar até 14% acima do nível definido como meta para 2020. Segundo o estudo, em vez de diminuir, a presença de gases como o dióxido de carbono (CO2) está aumentando em torno de 20% na atmosfera, desde o ano 2000.

De acordo com o levantamento, a distância entre a atual situação, o que os pesquisadores projetam como cenário para 2020 e o que os cientistas consideram como índices ideais, é cada vez maior.
Há um ano, representantes de mais de 190 países se comprometeram, na África do Sul, com ações para conter o aumento da temperatura no mundo. Ao reconhecerem a necessidade de mudanças globais para minimizar problemas decorrentes das mudanças climáticas - como grandes enchentes e secas extremas, as economias concordaram em definir metas até 2015, que deverão ser colocadas em prática por todos os países signatários a partir de 2020.
Esse conjunto de metas foi chamado de Plataforma Durban e deve substituir o Protocolo de Quioto em oito anos. O acordo global, porém, segue ainda na teoria, sob ameaça de resistência ou dificuldade de países como Estados Unidos e China em modificar padrões como o da queima de combustíveis fósseis (responsável por mais de 60% das emissões dos países mais desenvolvidos). Além disso, muitas economias europeias ainda travam a definição de questões complexas, como a transferência de tecnologia e financiamento para que países mais pobres e em desenvolvimento consigam acompanhar as mudanças globais.
Veja também:

Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,meta-de-reducao-de-emissao-de-gases-estufa-para-2020-nao-sera-cumprida,963046,0.htm
Acesso em 22.11.2012

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Volume de resíduos urbanos crescerá de 1,3 bilhão de toneladas para 2,2 bilhões até 2025, diz PNUMA


Em meio a uma população mundial em rápido crescimento, os problemas de gestão de resíduos estão se tornando cada vez mais cruciais para a promoção da sustentabilidade ambiental, alertaram hoje (6) os participantes da reunião da Parceria Global sobre Gestão de Resíduos (GPWM), organizado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), em Osaka, no Japão.
O PNUMA observou que os resíduos urbanos são um fardo crescente para comunidades em todo o mundo. Estatísticas do Banco Mundial estimam que o volume de resíduos deve crescer de 1,3 bilhão de toneladas para 2,2 bilhões de toneladas em 2025.
“As necessidades humanas básicas, como água limpa, ar puro e segurança alimentar são prejudicadas por práticas de gestão de resíduos impróprias, com graves consequências para a saúde pública”, advertiu um comunicado da agência de meio ambiente.
Apesar de reconhecer que este é um dos serviços mais complexos e de alto custo público, o PNUMA argumenta que a  gestão de resíduos é também uma oportunidade para o estabelecimento de uma área modelo para tornar a economia verde.
“Se tratada adequadamente, a gestão de resíduos tem um enorme potencial para transformar problemas em soluções e conduzir o caminho para o desenvolvimento sustentável através da recuperação e reutilização de recursos valiosos”, afirmou o comunicado.
O relatório de 2010 do PNUMA mostrou que, no norte da Europa, a reciclagem de uma tonelada de papel ou alumínio economiza mais de 600 kg e 10.000 kg de dióxido de carbono, respectivamente. Da mesma forma, um relatório de 2009 da agência revelou que há 65 vezes mais ouro em uma tonelada de celulares velhos do que em uma tonelada de minério.
“A oportunidade de negócio para a ‘mineração urbana’ é evidente”, observou o PNUMA. “O lixo importa.”

Acesso em: 08.11.2012

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Critérios para Informar sobre o Clima


A ONU define plano para que os serviços de informação sobre clima sejam mais precisos em suas previsões.

Agora existem diretrizes para o fornecimento de informações sobre o clima da Terra, suas conseqüências em diferentes campos, como saúde a planejamento para atender desastres. As diretrizes procuram organizar a área que vem preocupando muitos cientistas.

O setor de “serviços sobre clima” cresceu vertiginosamente nos últimos anos. Várias organizações e diversos profissionais usam modelos climáticos para aconselhar autoridades, políticos e outras pessoas sobre cultivo da terra, planejamento de infraestrutura e cuidados com doenças. Na primeira ‘sessão extraordinária’ da Organização Meteorológica Mundial (OMM) das Nações Unidas em Genebra, na Suíça, que terminou em 31 de outubro de 2012, membros da organização concordaram sobre o plano para implementar o ‘Framework Global para Serviços Climáticos’ para orientar a coleta e a divulgação das informações climáticas.

“É a primeira vez que a comunidade internacional se reúne para estabelecer diretrizes formais adequadas para previsões climáticas”, comemora Julia Slingo, cientista chefe do Escritório Meteorológico do Reino Unido em Exeter, que esteve profundamente envolvida no processo. “Esse é um verdadeiro marco, como quando o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas foi estabelecido”.

As diretrizes foram propostas em 2009. O acordo dessa semana é resultado de um longo período de consultas e negociações. Mais de 300 cientistas foram consultados, de acordo com Jerry Lengoasa, o vice-secretário geral da OMM.

Lengoasa explica que o framework se concentra em quatro áreas prioritárias: segurança alimentar, redução de riscos de desastres, acesso à água e saúde. Uma série de objetivos foi estabelecida, começando com projetos piloto de curto prazo para impulsionar a capacitação de pessoas no Níger, em Maliem Burkina Faso. Há ainda um ambicioso plano de dez anos para capacitar a maior parte dos 70 países que a OMM identificou como tendo pouca ou nenhuma condição de fazer suas próprias previsões.                                            

O framework permite que aqueles que precisam dos serviços climáticos avisem aos pesquisadores. “Com certeza será uma via dupla de informações”, acredita ele. Isso deve mudar o comportamento dos pesquisadores do clima, romper o isolamento e promover a interação.

Slingo aponta que os próprios cientistas podem se beneficiar ao se engajarem dessa forma. Como exemplo, ela aponta o projeto do Escritório Meteorológico que funcionou para prever chuvas na África. Apesar de isso ser vital para os fazendeiros locais, não é tipicamente do interesse de cientistas. Pesquisadores do Escritório Meteorológico descobriram que podiam fornecer previsões úteis, explica ela, e que “isso também mudou nossa ciência e nossos modelos”.

 Preocupações com serviços climáticos

A iniciativa da ONU vem atender à crescente preocupação de que fornecedores de serviços climáticos possam estar excedendo suas capacidades.

“A maior preocupação que tenho é usar modelos climáticos para projetar a mudança climática regional”, declara Judith Curry, diretora da Escola de Ciências Atmosféricas e da Terra do Instituto de Tecnologia da Georgia, em Atlanta. “Modelos climáticos demonstraram pouca ou nenhuma aplicabilidade aqui, os modelos globais não estão ajudando”.

Curry observa que as limitações de modelos são bem compreendidas pela comunidade de modelos climáticos, mas que a comunidade de serviços climáticos às vezes “parece aceitar esses modelos com base na fé” e que essa comunidade “desenvolveu uma indústria caseira que toma uma simulação do modelo climático e aplica no nível regional”. O principal foco, de acordo com Curry, deveria estar na melhoria dos conjuntos de dados.

Martin Visbeck, cientista marinho do GEOMAR, Centro Helmholtz para Pesquisa Oceânica em Kiel, na Alemanha, que se envolveu anteriormente no programa científico do quadro da OMM, concorda que algumas pessoas fornecendo serviços climáticos prometem mais do que podem cumprir. “É precisamente por isso que o Quadro Global de Serviços Climáticos é necessário. Para por essas ambições em perspectiva”, declara ele.

Slingo admite que os envolvidos nos serviços climáticos tenham que ser cuidadosos para administrar expectativas. Mas ela também aponta que o trabalho em si é vital. “Esse é o início de uma estrada muito longa”, reconhece ela. “Mas uma estrada necessária que precisaremos percorrer”. 

Fonte: Daniel Cressey e revista Nature. Disponível em: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/criterios_para_informar_sobre_o_clima.html   Acesso em 07.11.2012. 

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

AS ÁRVORES AGRADECEM


Como a indústria recicla papel?

Com o mesmo processo com que faz o papel comum - só muda a matéria-prima

O material recolhido para a reciclagem precisa ser transformado em massa de fibra de celulose antes de entrar nas máquinas, mas, depois, os aparelhos e procedimentos são os mesmos.

Geralmente, o papel vendido como reciclado tem apenas parte de sua matéria-prima vinda do reaproveitamento. Isso porque, quanto maior a quantidade de papel reciclado, mais frágil será o produto final. Mas a indústria papeleira nacional já é 100% sustentável: todos os fabricantes usam madeira de reflorestamento. 
 Neste infográfico abaixo, em 2010, o papel reciclado salvou cerca de 46 milhões de árvores.

























quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Dilma faz nove vetos ao Código Florestal



Em mensagem enviada ao presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney (PMDB-AP), a presidenta Dilma Rousseff enumera os motivos que levaram aos nove vetos ao Projeto de Lei de Conversão 21, aprovado em setembro pelo Legislativo, que trata de alterações no Código Florestal.
Segundo explicou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, os vetos, no conjunto, buscaram preservar o princípio que justificou a edição da medida provisória, “que significa não anistiar, não estimular desmatamentos ilegais e assegurar a justiça social”.
Na mensagem, publicada na edição da última  quinta-feira, 18.10.2012,  do Diário Oficial da União, a presidenta informa que os vetos atendem a orientações dos ministérios do Meio Ambiente, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, além da Advocacia-Geral da União (AGU).
O governo relaciona argumentos ambientais e jurídicos na mensagem ao Congresso. O veto ao Parágrafo 9º do Artigo 4º, por exemplo, ocorreu porque a alteração no texto original da Medida Provisória 571 provocaria “dúvidas sobre o alcance do dispositivo”, o que poderia levar a “controvérsias jurídicas na aplicação da norma”. 
Já o veto ao Inciso 2º do Parágrafo 4º do Artigo 15 foi motivado porque, na interpretação do Palácio do Planalto, diferentemente do previsto no Inciso I do mesmo artigo, o dispositivo “impõe uma limitação desarrazoada às regras de proteção ambiental”.
Para o Executivo, o Parágrafo 1º do Artigo 35 permitiria a interpretação de que passaria a ser exigido o controle de origem do plantio de espécies frutíferas pelos órgãos ambientais. A medida, na avaliação da Presidência da República, “burocratiza desnecessariamente a produção de alimentos” e, por isso, foi alvo de veto.
De outro lado, o veto ao Parágrafo 6º do Artigo 59 do projeto de lei de conversão foi motivado porque o dispositivo, na análise do governo, ao impor aos produtores rurais prazo de 20 dias para a adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), limitaria “de forma injustificada” a possibilidade de que eles promovam a regularização ambiental de seus imóveis rurais.
De acordo com o Executivo, o veto ao Inciso 1º do Parágrafo 4º do Artigo 61-A ocorreu porque o dispositivo reduz a proteção mínima e amplia “excessivamente” a área de imóveis rurais alcançadas pela norma, o que elevaria o impacto ambiental e quebraria a lógica da chamada “escadinha”.
Incluída no texto original da medida provisória enviada pelo Executivo ao Congresso em maio, a escadinha prevê que a recomposição de áreas desmatadas variaria de acordo com o tamanha da propriedade.
Já o Inciso 5º do Parágrafo 13 do Artigo 61-A, que previa o plantio de árvores frutíferas nas áreas a serem recompostas, foi vetado porque, na interpretação do Palácio do Planalto, a autorização indiscriminada do uso isolado de frutíferas para a recomposição de áreas de Proteção Permanente (APPs), independentemente do tamanho da propriedade, poderia comprometer a biodiversidade dessas áreas.
Segundo a mensagem presidencial, o veto ao Parágrafo 18 do Artigo 61-A foi feito com a justificativa de que a redução excessiva do limite mínimo de proteção ambiental dos cursos d’água inviabilizaria a sustentabilidade ambiental no meio rural. Além disso, a ausência de informações detalhadas sobre a situação dos rios intermitentes no país impediria uma avaliação específica dos impactos do dispositivo.
O Inciso 3º do Artigo 61-B foi alvo de veto porque, na análise do governo, o disposto altera a proposta original enviado ao Congresso e, com isso, “desrespeita o equilíbrio entre tamanho da propriedade e faixa de recomposição”.
Na proposta original, apenas os pequenos proprietários, com imóveis rurais de até quatro módulos fiscais, teriam benefícios, tendo em vista “a sua importância social para a produção rural nacional”. Para o governo, a ampliação do alcance do dispositivo causaria impacto direto à proteção ambiental de parcela significativa território nacional.
Por fim, o veto ao Artigo 83 do projeto de lei de conversão aprovado pelo Congresso em setembro último foi motivado pela justificativa de que, ao revogar dispositivos pertencentes ao próprio diploma legal no qual está contido, a norma violaria “princípios de boa técnica legislativa, dificultando a compreensão exata do seu alcance”.
Além disso, justificou o Planalto, a revogação do Item 22 do Inciso 2º do Artigo 167 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, dispensa a averbação da reserva legal sem que haja ainda um sistema substituto que permita ao Poder Público controlar o cumprimento das obrigações legais.
O veto é uma prerrogativa presidencial garantida no Parágrafo 1º do Artigo 66 da Constituição Federal. Segundo o texto, “se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente”, devendo, em 48 horas, comunicar os motivos ao presidente do Senado Federal.


A presidente Dilma Rousseff decidiu vetar nove itens do Código Florestal aprovado pelo Congresso Nacional em setembro. O principal veto retira do texto a flexibilização que os parlamentares queriam para a recuperação de áreas de preservação permanente (APPs) nas margens de rios.
O governo vai devolver à lei, via decreto que será publicado na quinta-feira, 18.10.2012, a chamada regra da “escadinha”, que prevê obrigações de recuperação maiores para grandes proprietários rurais. A “escadinha” determina que os produtores rurais terão que recompor entre cinco e cem metros de vegetação nativa das APPs nas margens dos rios, dependendo do tamanho da propriedade e da largura dos rios que cortam os imóveis rurais. Quanto maior a propriedade, maiores as obrigações de recomposição.
A presidente excluiu do texto o trecho incluído pelos parlamentares que permitiria a recuperação de cinco metros de APP em tornos de rios intermitentes de até dois metros de largura para qualquer tamanho de propriedade.
“Os vetos foram fundamentados naquilo que era o principio da edição da medida provisória, que significa não anistiar, não estimular desmatamentos ilegais e assegurar a justiça social, a inclusão social no campo em torno dos direitos dos pequenos agricultores”, explicou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que apresentou os vetos na última quarta-feira, 17.10.2012,  junto com o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.
Também foi vetada a possibilidade de recomposição de APPs com monocultura de espécies frutíferas exóticas, como laranja e maçã. “Não teremos áreas de pomar permanente, como diziam alguns”.
O decreto, que será publicado no Diário Oficial da União, também trará a regulamentação do Programa de Regularização Ambiental (PRA) e do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que suprirão os possíveis vácuos na lei deixados pelos vetos.
Segundo Izabella, mais instrumentos normativos serão necessários para regulamentar outros pontos do texto, que poderão ser decretos ou atos ministeriais. “Outros atos, não necessariamente decretos, serão necessários para regulamentação do código”.
A ministra disse que os vetos foram pontuais, apenas para recuperar os princípios que estavam na proposta original do governo.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Cientistas norte-americanos criam “flores” capazes de armazenar energia solar


Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, desenvolveram em laboratório "flores" de sulfeto de germânio (GeS). O material é semicondutor e promete ser a nova tecnologia que irá captar energia sustentável.
O experimento iniciou com o aquecimento do pó de GeS até que ele começasse a vaporizar. Em seguida, são formadas camadas de 20 a 30 nanômetros de espessura, a partir do vapor, com até cem micrômetros de comprimento.
Através deste processo, as várias camadas ganham a forma da flor de um cravo. O material confeccionado com o GeS tem estrutura atômica com potencial para absorver energia solar e convertê-la em energia utilizável.
De acordo com o estudo, o GeS é um elemento relativamente barato e não tóxico, por isso há um grande interesse em fazer uso dele em células solares, onde geralmente são usados materiais caros e tóxicos.
Chamadas de “nanoflores” a substância tem "pétalas" de espessura extremamente fina, mas com uma grande área de superfície. Para o professor Linyou Cao, coautor do artigo sobre a pesquisa, esta área de superfície em uma pequena quantidade de espaço pode servir para melhorar a capacidade de baterias. Além disso, pode dar mais potencial a supercapacitores através desta tecnologia. 






segunda-feira, 8 de outubro de 2012

“Santinhos políticos” nas ruas evidenciam desrespeito aos eleitores e meio ambiente

Em dia de votação os panfletos políticos conseguem deixar as ruas mais sujas do que já são de costume. A situação, que se repete a cada eleição, pôde ser conferida ainda na manhã de segunda-feira (08/10/12).
A sujeira, principalmente, em frente às zonas eleitorais causou repulsa em muitos eleitores. Em protesto, uma das atitudes mais interessantes ocorreu na cidade de Guarulhos, em São Paulo. A população colocou os “santinhos” na porta da Câmara e dois cartazes com os dizeres: “Onde está a sustentabilidade?” e “Devolvendo o que vos pertence”.
Além da poluição, a quantidade de papel no chão dificultou a locomoção das pessoas. Foto: Marcelo Camargo/ABr
O acúmulo de papeis foi visto, principalmente, em frente às escolas e nas ruas próximas. A ação dos candidatos ainda desrespeita a proibição de fazer propaganda eleitoral, seja por meio de distribuição de santinhos ou o pedido verbal de votos, nos entornos dos locais de votação.
Além da poluição, a quantidade de papel no chão dificultou a locomoção das pessoas. A reportagem do Uol noticiou a queda de quinze idosos já nas primeiras quatros horas de votação em Campinas, São Paulo. Os acidentes foram registrados pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
O destaque para as cidades que se livraram dos santinhos foi noticiado pelo Diário de Cuiabá, jornal mato-grossense. Pelo menos cinco municípios amanheceram limpos e foram considerados como cidades-modelo pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). No Mato Grosso houve uma campanha intensa em favor de uma cidade menos poluída. A ação mostrou-se um sucesso com o slogan “Candidato que joga santinhos na rua não respeita a sua cidade”.
Em muitas cidades as eleições 2012 já foram decididas. Resta solucionar este grave problema de desperdício de papel que se repete a cada eleição. A situação é apenas uma das muitas atitudes que representam o descompromisso dos candidatos em relação à população e à natureza.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Brasil discute meios de reduzir as emissões de gases-estufa da Copa de 2014


Mesmo com os inúmeros benefícios para o Brasil, a Copa do Mundo de 2014 pode gerar impactos ambientais nas cidades que sediarão os jogos do torneio. Para evitar consequências negativas ligadas às mudanças climáticas, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) trabalha ações com o objetivo de transformar o torneio em uma Copa Verde, com enfoque na sustentabilidade das obras em andamento nas 12 cidades-sede.  O aumento no consumo de energia, a construção de estádios e o deslocamento urbano aparecem como as principais ameaças para o meio ambiente.
A Câmara Temática de Meio Ambiente e Sustentabilidade, criada em função da Copa do Mundo, é onde se discute os temas ambientais ligados ao evento. No âmbito das mudanças climáticas, as iniciativas se concentram na gestão das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Entre elas, está o guia para elaboração de um inventário, com o objetivo de subsidiar a execução de obras sustentáveis nos estados.
Uma parceria com a Embaixada Britânica possibilitou a realização de oficinas de capacitação com representantes de várias cidades-sede. A cooperação tem permitido que as orientações e alternativas sigam as diretrizes do Useful Simple Projects, entidade responsável pelo inventário de emissões de GEE das Olímpíadas de Londres, realizadas em 2012.
O projeto da Copa Verde envolve diversos órgãos do Executivo. O acordo de cooperação celebrado entre o MMA e o Ministério do Esporte determina que haja um esforço conjunto na incorporação da esfera ambiental às obras decorrentes da competição. Firmado em 2010, o pacto tem, ainda, o objetivo de assegurar o envolvimento dos governos estaduais e municipais no processo.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Um futuro para o Cerrado

Principal fronteira onde avança a agropecuária desde os anos 1960, o Cerrado tem poucas chances de seguir existindo nas próximas décadas sem ações emergenciais que ampliem sua área protegida e que levem à adoção em larga escala de práticas produtivas menos danosas ao meio ambiente. 

Consolidar as áreas já protegidas é fundamental, inclusive porque menos de 3% do Cerrado estão hoje efetivamente resguardados pelo poder público. A última unidade de conservação federal criada na região foi a Reserva Extrativista da Chapada Limpa (MA), em 2007. Novas metas internacionais chanceladas pelo Brasil recomendam a conservação de pelo menos 17% de cada bioma, até 2020.


Enquanto isso, projeções mostram que a área plantada com soja pode saltar de 21 para 30 milhões de hectares na próxima década, sempre com foco nas “terras baratas” do Cerrado. E o alvo pode ser justamente os maiores remanescentes da savana brasileira, no Maranhão, Piauí e Tocantins. Além disso, a demanda interna e global por carnes cresce junto com as necessárias melhorias socioeconômicas.

Como soja e pecuária são os principais motores da destruição do Cerrado, respeitar a legislação e melhorar a eficiência da produção são atitudes indispensáveis. A integração de lavouras, pecuária e florestas plantadas, por exemplo, ajudaria a evitar a abertura e novas áreas e seria um sinal de que o país realmente quer fornecer itens produzidos com mais sustentabilidade aos mercados globalizados de commodities. 

Afinal, se antecipar a possíveis barreiras comerciais é sempre estratégico. Inclusive porque mais de 40% dos grãos, metade do farelo e um terço do óleo de soja produzidos no Brasil são exportados. Sete em cada dez países do mundo já compraram esses itens na última década.

Estimativas oficiais apontam que até 140 milhões de hectares degradados no país, principalmente no Cerrado e na transição deste para a Amazônia. 

A área é duas vezes maior que a da França. Na maioria dos casos, são terras que foram desmatadas para lavouras e acabaram abandonadas pela baixa produtividade. Em seguida, viraram pastos para rebanhos até o solo se tornar imprestável economicamente pela falta de manejo adequado.

Tornar essa imensidão de terras novamente produtivas ajudaria no combate ao aquecimento do planeta, aliviaria a pressão para o desmatamento de florestas nativas e serviria à produção de commodities e alimentos.

Outra preocupação recai sobre as mudanças na legislação florestal brasileira. A destruição do Cerrado já pesa tanto quanto a da Amazônia nas emissões nacionais de gases de efeito estufa. E o bioma pode ser um dos maiores prejudicados com as mudanças que setores atrasados do ruralismo tentam impor ao Código Florestal, como admitiu o Ministério do Meio Ambiente. 

Se a margem para desmatamento for ampliada, a caixa d´água do país ficará seriamente comprometida. No Cerrado nascem águas que abastecem aqüíferos subterrâneos e as bacias hidrográficas Amazônica, do Tocantins, do Atlântico Norte/Nordeste, do São Francisco, do Atlântico Leste e do Paraná/Paraguai. Dessa última depende a sobrevivência do Pantanal, a maior planície inundável do planeta.

Além de insumo econômico, a água que escorre por rios, córregos e veredas de beleza incomum alimenta culturas regionais muitas vezes fundadas no extrativismo sustentável, uma atividade que perpetua e valoriza a vegetação e outros recursos nativos pelas mãos de valorosos e inúmeros povos tradicionais do Cerrado.

Os índices atuais de degradação e planos desenvolvimentistas carentes de sustentabilidade ambiental projetam um futuro nada animador para um bioma que já perdeu metade da vegetação nativa, ainda não é reconhecido como patrimônio nacional pela Constituição e que sofre desnecessariamente com incêndios e queimadas cada vez mais intensos. 

Mas com majestosa resistência, o Cerrado ainda segue encantando quem se atreve a conhecer esse abrigo de vida e de paisagens únicas no mundo. Manter esse patrimônio inigualável é o desafio que se impõe ao Brasil.


Michael Becker, superintendente de Conservação do WWF-Brasil, em artigo veiculado no dia 23.09.2012 no jornal Correio Braziliense. Disponível em http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?32542

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Madeira Plástica

Como substituta da madeira convencional a madeira plástica tem se revelado de alta resolutividade, tanto por sua aplicabilidade nos mesmos usos da madeira tradicional, quanto pela ajuda que presta à redução do desmatamento e da poluição. Para a obtenção de cada m³ de madeira plástica são utilizados 945 kg de resíduos urbanos e industriais, como garrafas pet, que iriam para o lixo poluir o meio ambiente.
Em termos de custo, se analisar a madeira comum e devidamente legalizada, é equivalente e se revela até mais vantajosa ao longo de sua vida útil, maior que a da madeira convencional, já que sua composição é à base de plásticos que, como sabemos, levam dezenas de anos para se decomporem na natureza.
A madeira plástica também é resistente ao desgaste natural, pois, resiste à corrosão de intempéries, é imune a pragas, cupins, insetos e roedores. A madeira plástica é a alternativa ideal para quem colabora com a questão ecológica de forma consciente e lucrativa.
                 

USOS
  • Decks, piers, pontes e como outros assoalhos
  • Brises (quebra-sol) e bandejas de luz
  • Bancos e mesas
  • Guarda-corpos
  • Revestimento de fachadas e paredes
  • Lixeiras, protetor de árvores
  • Pergolados, gazebos, revestimentos, móveis, pallet, dormentes e caxepôs (já que sua textura e aparência são idênticas às da madeira natural)

VANTAGENS
  • Não empena, não racha e não solta farpas
  • Não absorve umidade
  • Não mofa e não cria fungos
  • Imune a pragas, cupins, insetos e roedores
  • Não é pintada, é pigmentada - não desbota (não solta as camadas de tinta como nos processos de pintura e envernizamento usuais)
  • Durabilidade de centenas de anos
  • Antiderrapante
PRATICIDADE
  • Livre de manutenção e pintura
  • Aplicação com as mesmas ferramentas da madeira
  • Maior agarre a pregos e parafusos
  • Limpeza feita com água e sabão
  • Dimensões e apresentação
Por sua maior maleabilidade não é indicado para telhados ou estruturas que tenham que suportar muito peso. Os perfís de Madeira Plástica podem ser comprados como madeira convencional e trabalhados com as mesmas ferramentas. São dotados de características uniformes de densidade e permitem um melhor agarre a pregos e maior facilidade para o corte e entalhe. São ainda apresentados em diversas cores para que atendam às principais necessidades de quem projeta e constrói.

Onde encontrar:
·         Em SP - Rua Lavapés, 130 - Centro. Limeira, SP
Fones: +55 (19) 3495 8988 ou (19) 3442 8434

·         Em RS - Rua Machado de Assis, 823
Erechim-RS (54) 3519-2258 - http://www.ecocasaerechim.com.br/