quarta-feira, 27 de novembro de 2013

2ª Análise Sobre o Uso Público e Parcerias para a Conservação e Desenvolvimento


Queremos uma transformação... nossas unidades de conservação vistas como importantes ativos brasileiros, como riquezas que podem contribuir para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do país.

Acreditamos que os indivíduos que, no dia-a-dia, se relacionam com a gestão da UC, são aqueles que mais conhecem a realidade local e as dificuldades para fazer do uso público responsável uma real oportunidade, tanto para conservação, quanto para o desenvolvimento.

Por isso, o Semeia tem o prazer de convidar para a 2ª Análise Sobre Uso Público e Parcerias Para a Conservação e Desenvolvimento.

É possível participar respondendo nossa pesquisa através do site do Semeia (semeia.org.br/pesquisa/questionario)

Neste ano, as análises obtidas a partir dos dados da pesquisa serão incluídas em um documento de Diretrizes para o Uso Público em UCs, que será apresentado para cada um dos presidenciáveis nas eleições de 2014.

Além do gestor, todos aqueles que se relacionam e trabalham com a gestão das UCs no seu dia-a-dia também estão convidados a responder à pesquisa.

Ainda, o participante que atrair mais pessoas para participar da pesquisa será convidado para contar a sua história no nosso Evento Anual.



Para saber mais sobre a pesquisa e o Instituto Semeia, entre em nosso site, semeia.org.br e visita nossa página no Facebook (facebook.com/InstitutoSemeia)

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Criação de indicadores ambientais

[EcoDebate] A implantação de um Sistema de Gestão Ambiental deve ser monitorada para aferir seu funcionamento, sua efetividade e determinar as melhorias necessárias.
Não faz sentido uma organização investir recursos financeiros e muitos recursos humanos, que também tem seu custo transferido para a conta de capital, sem que tenha a preocupação em obter resultados satisfatórios, tanto sob a dimensão institucional quanto sob o próprio enfoque gerencial e com resultados ambientais percebidos e incontestáveis externamente.
A criação de indicadores ambientais não é exatamente um requisito normativo. É muito mais uma necessidade institucional que atende a vários fatores além dos processos de melhoria continua:
  1. Acionistas, banqueiros e outras entidades financeiras serão sempre mais confiantes que seus investimentos estejam seguros e não sejam colocados em risco por desempenho ambiental insatisfatório, para isto, parâmetros ambientais confiáveis devem ser criados e disponibilizados da melhor maneira possível;
  2. Para partes interessadas não financeiras, tais como organismos reguladores estatais, organizações de padronização e grupos ambientalistas, indicadores de desempenho ambiental satisfatórios demonstram adequação à legislação, preocupação ambiental corporativa e um viés importante em direção à práticas de sustentabilidade;
  3. Inúmeros compradores do mercado, influenciados por estímulos e motivações diversas, podem ser cooptados pela disponibilização de indicadores ambientais satisfatórios e tomar sua opção de compra por esta decisão;
  4. Finalmente, a própria adesão ao sistema de normas ambientais obriga a medição do próprio desempenho, dentro da prática de estabelecimento de objetivos e metas quantificáveis e em constante aprimoramento.
O desempenho ambiental consiste em “resultados mensuráveis da gestão de aspectos ambientais das atividades, produtos e serviços de uma organização”. O contexto dos resultados deve ser avaliado em relação à política ambiental institucionalizada e aos objetivos e metas propostos.
Para tanto, utilizamos o instrumento da Avaliação do Desempenho Ambiental (ADA), que é um processo para “medir, analisar, avaliar e descrever o desempenho ambiental de uma organização em relação a critérios acordados para os objetivos apropriados de gestão”.
A forma de mensuração ocorre com a definição de Indicadores do Desempenho Ambiental (IDA). Um Indicador é “uma descrição específica de uma avaliação de desempenho dentro de uma área de avaliação”. É muito importante que cada organização desenvolva seus indicadores, para mensurar sua avaliação e validar seu Sistema de Gestão Ambiental.
Uma auditoria ambiental se repete em ciclos pré-determinados, semestrais, ou anuais e tem a interferência de pessoas. Indicadores de Desempenho Ambientais (IDA), que permitem a operação de Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA).
Esta metodologia constitui em conjunto, um processo de medição contínuo que realimenta o processo com informações valiosas, que a gerência pode utilizar para estabelecer metas e objetivos específicos mensuráveis ou implementar modificações necessárias.
A ADA é um processo contínuo de coleta e análise de informações necessário para a manutenção do bom funcionamento do Sistema, otimização e maximização dos investimentos em recursos humanos, materiais, financeiros e institucionais.
O processo da ADA tem vários benefícios. A medida do desempenho ambiental ao longo do tempo fornece discernimento em áreas problemáticas e oportunidades para melhorias. Além de subsídios permanentes para o gerenciamento do Sistema de Gestão Ambiental.
Quando da definição do Sistema de Gerenciamento Ambiental (SGA), a Avaliação do Desempenho Ambiental (ADA) pode ajudar a identificar pontos fortes e pontos fracos, aspectos gerenciais relevantes e impactos ambientais significativos.
O processo de implantação dos avaliadores do Desempenho Ambiental pode ocorrer a partir do Diagnóstico Ambiental e antes mesmo da formulação da Política Ambiental e do Sistema de Gerenciamento Ambiental (SGA). Os elementos de referência da Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA), são os seguintes:
  • Planejamento do processo: análise de aspectos ambientais relevantes, estabelecimento do escopo do processo de Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA), seleção e validação dos Indicadores de Desempenho Ambiental (IDA) e sistematização de coleta de informações;
  • Aplicação do processo de Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA): coleta e análise de dados e avaliação do desempenho ambiental;
  • Descrição do Desempenho Ambiental: comunicar e reportar os objetivos e metas, internos e externos;
  • Revisão e aperfeiçoamento do processo de Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA): melhoria contínua do próprio sistema, avaliação da utilidade e importância dos dados monitorados.
Para o bom funcionamento do processo de Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA), é necessário uma correta escolha de Indicadores de Desempenho Ambiental (IDA).
Alguns exemplos de indicadores, apenas com o intuito demonstrativo, estão descritos abaixo. Cada empresa deve procurar e desenvolver seus indicadores conforme sua realidade e suas necessidades:
    • Número de incidentes com emissões tóxicas, ao longo do tempo, tanto em meio fluido, quanto sólido ou gasoso, em ocorrências que caracterizem impactos ambientais (descargas líquidas, rejeitos perigosos ou emissões de gases poluentes no ar);
    • Quantidade de incidentes corretamente investigados, com determinação de causas básicas;
    • A redução percentual de energia de transporte de qualquer natureza;
    • O peso das embalagens por produtos acabados e seu percentual de participação;
    • Quantidades de gás carbônico (CO2) liberadas para a atmosfera.
    Para proceder escolhas de Indicadores de Desempenho Ambiental são descritas ferramentas gerenciais, operacionais e o estado do meio ambiente.
    A organização não existe em um vácuo, mas está inserida e contextualizada no meio ambiente, definido como o conjunto de relações sistêmicas entre os meios, físico, biológico e antrópico ou sócio-econômico.
    Suas atividades operacionais ocorrem neste contexto e impactam e causam efeitos nestas condições. Assim, um processo de Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA) incorpora formas de descrição e avaliação sobre meios locais, regionais ou globais.
    Os impactos podem ser listados e descritos nas seguintes áreas:
    • Meio físico: sobre rochas, solos, águas superficiais ou subterrâneas, geomorfologia ou climas;
    • Meio biológico: sobre a flora, a fauna, a diversidade biológica em geral e os ecossistemas;
    • Meio Antrópico: determinações sobre uso e ocupação dos espaços físicos afetados, terras alagadas, desertificação, erosão, perda de nutrientes do solo e qualquer fator relevante.
    Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

    terça-feira, 5 de novembro de 2013

    Brasil pedirá responsabilidade de cada país sobre o clima

    Brasil pedirá criação de uma metodologia para que cada país possa calcular sua responsabilidade histórica sobre o aumento da temperatura

    O Brasil irá pedir na 19ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP19) – que começa em 11/11/2013, em Varsóvia (Polônia) – a criação de uma metodologia para que cada país possa calcular sua responsabilidade histórica sobre o aumento da temperatura global.


    Calor
    Aquecimento global: cálculo sobre a responsabilidade histórica do aquecimento global é defendida pelo Brasil desde 1997
    "O Brasil está levando para Varsóvia algumas contribuições para as negociações. A primeira é para que o IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas] prepare de maneira bastante rápida uma metodologia simplificada para que cada país possa calcular sua responsabilidade histórica para o aumento da temperatura global”, disse hoje (4) o subchefe da divisão de Clima, Ozônio e Segurança Química do Ministério das Relações Exteriores, Felipe Rodrigues Gomes Ferreira. Ele falou em evento da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
    De acordo com Ferreira, o cálculo sobre a responsabilidade histórica do aquecimento global é uma “questão chave” e é defendida pelo Brasil desde 1997, quando houve a negociação do Protocolo de Kioto. “O foco da real causa do problema, que não é a emissão de hoje, é o acúmulo das emissões da atmosfera desde o período pré-industrial. Essa é a questão chave. A causa é o acúmulo de gás carbônico na atmosfera e o efeito que ele tem na temperatura ao longo do tempo”, disse.
    Relatório divulgado no final de setembro pelo IPCC mostra que a influência humana no clima é a principal causa do aquecimento global observado desde meados do século 20. O aumento das temperaturas é evidente e cada uma das últimas três décadas tem sido sucessivamente mais quente. Segundo o texto, há 95% de probabilidade de que mais da metade da elevação média da temperatura da Terra entre 1951 e 2010 tenham sido causadas pelo homem. Os gases de efeito estufa contribuíram para o aquecimento entre 0,5 e 1,3 graus Celsius (ºC) no período entre 1951 e 2010.
    “[Não estamos propondo] uma fórmula geral e irrestrita, um cálculo feito pela convenção de quanto cada país tem de fazer [para diminuir suas emissões]. Nós estamos propondo que se elabore uma metodologia para que, da mesma maneira que cada país calcula seu PIB [Produto Interno Bruto, que mede o total de bens e serviços produzidos no país], que cada país possa fazer a sua contabilidade nacional não só de emissões, mas também da responsabilidade histórica do país 
    Acesso em 05.11.2013