quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Conferência do clima da ONU prorroga Protocolo de Kyoto até 2020


Cerca de 200 países concordaram no último sábado - 08.12.2012, na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 18), em Doha - Qatar, em estender a validade do Protocolo de Kyoto. O acordo, assinado em 1997 e que se expiraria no final de 2012, é a única ferramenta que compromete os países industrializados a reduzir os gases de efeito estufa.
O alcance do novo acordo, no entanto, é ainda menor do que o Protocolo de Kyoto era. Japão, Rússia, Canadá e Nova Zelândia se recusaram a assiná-lo porque queriam que países emergentes como a Índia, a China e o Brasil também tivessem metas a cumprir, o que não é previsto pelo documento. Os Estados Unidos nunca ratificaram o Protocolo de Kyoto.
Dessa forma, o grupo comprometido com as metas do protocolo se reduz a 36 países: Austrália, Noruega, Suíça, Ucrânia e todos os integrantes da União Europeia. Juntos, eles respondem por apenas cerca de 15% do total de emissões de gases estufa de todo o mundo.
Com o acordo deste sábado, é possível que novas metas sejam estabelecidas já em 2014. A União Europeia, por exemplo, já prometeu reduzir suas emissões em até 20%, em comparação com os dados de 1990.
O documento também manteve o financiamento de US$ 10 bilhões por ano a serem doados pelos países desenvolvidos para auxiliar o combate à mudança climática nas nações em desenvolvimento. Esse número já tinha sido acordado em 2009.
Em crise econômica, os países desenvolvidos não conseguiram apresentar, no entanto, um planejamento de como eles vão chegar à soma de US$ 100 bilhões por ano, que é prevista para a partir de 2020 pelo mesmo acordo.
Repercussão
Um porta-voz das Nações Unidas disse que o secretário-geral Ban Ki-moon ficou contente, mas afirmou que “muito mais precisa ser feito”. Em sua opinião, o resultado pode abrir caminho para um acordo “legalmente vinculante para 2015”.

O representante disse ainda que o secretário-geral “aumentará seu envolvimento pessoal” com o objetivo de “ampliar o financiamento e comprometer os líderes mundiais, enquanto agora avançamos em direção ao acordo global”.
“Não foi um caminho fácil. Não foi um caminho bonito. Não foi um caminho rápido, mas a gente conseguiu cruzar a ponte e tomara que consiga aumentar a velocidade”, afirmou Connie Hedegaard, da Comissão Europeia do Clima.
“Muito, muito mais é necessário se realmente quisermos tratar a mudança climática e reduzir as emissões”, afirmou Kieren Keke, ministro do Exterior de Nauru, que falou em nome da Aliança dos Pequenos Estados Insulares, países que seriam diretamente afetados pelo aumento do nível do mar.
Paris 2015
Em 2020, quando o Protocolo de Kyoto perder sua validade, os países pretendem pôr em ação um novo acordo, que estabeleça metas para todas as nações. Essa será a pauta da próxima grande reunião, que será em 2015, em Paris, na França. Antes disso, reuniões preliminares serão realizadas em 2013 e 2014; a primeira delas está marcada para abril de 2013, em Bonn, na Alemanha.

O maior desafio dos negociadores será incluir os dois maiores poluidores do planeta: a China e os Estados Unidos.
Más notícias
Nas últimas semanas, os relatórios e estudos ressaltaram a situação real das mudanças climáticas e o fato de que os esforços realizados estão longe de poder freá-las, já que revertê-las parece difícil.

A temperatura global do planeta subirá de 3°C a 5°C, e não 2°C, a marca para além da qual o sistema climático se tornaria incontrolável.
Desde 1995, a comunidade internacional se reúne todos os anos em complexas e difíceis negociações dirigidas pela ONU para tentar aumentar e distribuir de forma igualitárias as reduções de gases de efeito estufa.
Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia    Acesso em 13.12.2012



Nenhum comentário:

Postar um comentário