segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Cidade de Manila “afunda”por causa da superexploração de aquíferos

Algumas áreas de Manila, capital das Filipinas, ficaram 18 centímetros mais baixas nos últimos três anos devido à superexploração dos aquíferos, o que piora as inundações recorrentes no período de monções.
“Algumas partes de bairros periféricos de Manila estão afundando segundo os dados. Desde que começaram as medições em 2007 com a colaboração de um satélite japonês, foi registrado um rebaixamento de 5,5 centímetros ao ano”, explica à Agência Efe Arturo Daag, vulcanólogo do Instituto Filipino de Vulcanologia e Sismologia (Phivolcs).
Os bairros de Navotas, Caloocan, Malabon e Valenzuela e a província de Bulacan são algumas das zonas mais afetadas, onde grande parte do terreno continua alagado mais de duas semanas após a passagem dos tufões “Nesat” e “Nalgae”, que deixaram pelo menos 101 mortos.
“O alagamento começou antes que fizéssemos as primeiras medições. Se o problema não for resolvido, outras áreas sofrerão inundações permanentes, como já vem ocorrendo”, adverte o cientista.
Este fenômeno, chamado subsidência, acontece quando os aquíferos sob o terreno diminuem em volume por causa da superexploração, o que também diminui a pressão que exercem sobre o solo, deixando-o menos compacto.
“Segundo um trabalho, existe uma alta concentração de indústrias que dependem da extração de água subterrânea. Em Manila, estes aquíferos têm uma grande profundidade, entre 250 e 300 metros, mas empresas distribuidoras de água notaram que eles estão diminuindo a cada ano”, ressalta o especialista.
No caso da capital filipina, o problema se agrava por ser uma cidade litorânea, pois há risco do mar invadir bairros mais expostos. Apesar da altitude em algumas áreas de Manila já ter diminuído 18 centímetros em pouco mais de três anos, Daag destaca que “os riscos ainda são muito pequenos”.
De acordo com o cientista, “alguns encanamentos que se rompem sem motivo aparente podem constar como pequenas provas, mas é difícil detectar mudanças em pequena escala porque o fenômeno afeta áreas bastante extensas”.
Além de agravar as enchentes em Manila ano após ano na temporada de tufões, a subsidência também representa uma ameaça em caso de terremoto. “Se houver um terremoto, os terrenos saturados e menos compactos irão se mover de forma mais intensa”, explica o vulcanólogo.
Daag afirma que as Filipinas precisam melhorar o mais rápido possível os sistemas de controle de deformações do solo a pequena escala e por satélite.
À margem das medidas de controle, o instituto recomenda “limitar a extração de água”, o que requereria a construção de novas represas para satisfazer a indústria e os mais de 12 milhões de habitantes da capital filipina.
Também recomenda um plano que melhore a resposta em caso de inundações e que regule os assentamentos de favelados, onde a acumulação de lixo multiplica o efeito das inundações.
O professor da Universidade das Filipinas Alfredo Langmay adverte em artigo no jornal “Philippine Daily Inquirer” que “a subsidência é outro problema criado pelo homem que agrava as cheias, mas existem outros como a urbanização descontrolada”.
“As pessoas culpam a mudança climática pelos desastres naturais. Mas esta não é a única razão, existem outras mais tangíveis que podem ser resolvidas se algumas medidas forem tomadas”, adverte. (Fonte: Yahoo!)

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